CAPÍTULO 21
Ouro Preto –
Brasil – 2003
Saindo de Acuruí deve se seguir pela estrada de terra até a cidade de
Glaura. Na verdade um pequeno vilarejo dominado por uma igreja branca. Depois se
segue por Soares até o distrito de São Bartolomeu, aonde a estrada real
continua, via Caxoeira do Campo, até Ouro Preto. Na entrada da cidade a recepção
dos guias turísticos é tenebrosa. Centenas de meninos e velhos vagabundos
cercam os recém xegados oferecendo pousadas, passeios, mapas e toda espécie de
porcarias. Meu cavalo quase passou por cima de uma dúzia deles. Começa a xover
enquanto escrevo esse relatório realístico de minha aventura pela estrada
real. Para quem xegou agora...Não sei se isso é possível em um livro...Para
quem xegou agora, meu nome é Xico e estou empenhado em contar aos curiosos
leitores as minhas aventuras pele estrada por onde trafegou o explorador inglês
xamado Rixard Burton. Descobri faz pouco tempo que esse camarada existiu de
verdade e pretendo resgatar com fatos reais sua passagem real pela estrada real.
Em Ouro Preto estou hospedado em uma pousada localizada na Rua Direita nome
bastante comum para ruas em Minas gerais. Nem sempre a rua direita está direita
pois essa mesmo se mostra um pouco torta. Um estudante que está aqui do meu
lado bicando meus escritos por cima dos meus ombros com tamanha falta de educação
me explica que rua direita “é a denominação usada para designar a rua
lateral à igreja matriz”. Essa pousada é boa, só que não tem nenhuma
privacidade. O quarto que me colocaram tem seis belixes e está apinhado de
estudantes e turistas pé de xinelo. Estou axando que não conseguirei xegar até
o fim dessa estrada seja lá onde ela termine. Hoje de manhã ao descer do
cavalo para fazer um alivio rápido da bexiga torci meu pé que está muito
inxado. Esse é o prêmio q mereço por seguir os sonhos malucos daquele outro
maluco. A dona da pousada está me oferecendo uma bacia com água quente para
ver se o inxaço passa. Vou experimentar. Volto daqui a três capítulos ou em
qualquer edição extraordinária.
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